Esta pesquisa teve como objetivo apresentar, analisar e comparar dois modelos distintos de atuação do Poder Executivo municipal, nas duas cidades mais populosas do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro, no que tange à utilização das tecnologias de informação e comunicação (TIC) para o aprofundamento democrático, a partir das narrativas do governo aberto e da cidade inteligente, respectivamente. O recorte temporal (2013- 2016) abrange o mandato dos prefeitos que se inicia com um fato histórico marcante do período pós-redemocratização no Brasil: as grandes manifestações de junho de 2013.
Para além dos planos de governo e das metas pré-estabelecidas, as gestões de ambas as cidades se viram obrigadas a se posicionar diante de questionamentos tão complexos – o modelo disfuncional da democracia representativa no país e no mundo – quanto novos – o papel das TIC na construção de uma cidadania mais ativa. Neste sentido, a pesquisa utiliza a transparência governamental, a participação social, o uso de dados dos cidadãos e a privacidade do indivíduo como categorias de análise do Poder Executivo de ambas as cidades. As estratégias destes governos se deparam, necessariamente, com passivos estruturais e gargalos típicos da administração pública no país, com especificidades locais. Em meio a dilemas e desafios, porém, ganham concretude e constroem
experiências marcantes a partir de campos políticos e ideológicos distintos.
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